Flavio Cruz

Roubando os versos teus

 
Tô com saudade de tu, meu desejo, tô com saudade do beijo e do mel, do teu olhar carinhoso, do teu abraço gostoso, de passear no teu céu...Não sei se saudade é uma coisa boa, pois disseram que ela  é o revés de um parto, a saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu. Mas, chega de saudade, a realidade é que sem ela não há paz, não há beleza.
Esses poetas falam coisas tão tristes perto de coisas tão alegres, que às vezes a gente fica confuso. E para não ficar assim, a gente precisa se orientar.  Por isso, se oriente, rapaz, pela constelação do Cruzeiro do Sul. Considere, rapaz, a possibilidade de ir pro Japão. Cuidado, porém, que eu sei de alguns meninos que nem se lembram que existe um Brejo da Cruz, que eram crianças e que comiam luz.  Não tenho coragem de falar com você, por isso meus olhos ficam sorrindo e pelas ruas vão apenas te seguindo, mas mesmo assim foges de mim. Covarde sei que me podem chamar, porque não calo no peito dessa dor. Atire a primeira pedra, ai, ai, ai, aquele que não sofreu por amor. E porque sofro e não quero mais sofrer, eu preciso de você, porque tudo que eu pensei, que pudesse desfrutar da vida, sem você, não sei!  Você pode, entretanto, negar. Diga que já não me quer, negue que me pertenceu, que eu mostro a boca molhada, ainda marcada pelo beijo seu. Beija eu! Então beba e receba meu corpo no seu, corpo eu, no meu corpo, deixa!
Estou cansado de roubar desses poetas todos. Deculpem-me, Nando, Jobim, Vinicius, Dominguinhos, Chico, Gilberto, João de Barro, Pixinguinha,  Ataulfo, Mário Lago,  Adelino e Arnaldo,  por roubar os versos teus.
 
Mas o que posso fazer? Essas canções, depois de tanto tempo, ainda continuam a martelar no meu cérebro. E tem tantas outras, que vão e vêm, suaves e fortes, maliciosas e amorosas, penetrantes, fazendo o que eu sou e desfazendo a monotonia dos dias meus...

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Veröffentlicht auf e-Stories.org am 05.05.2015.

 
 

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